sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Transformai-vos


E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. 
Romanos 12:2

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

BBB por Luís Fernando Veríssimo




Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço…
A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,… encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência. Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo.
O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros… todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais.
O BBB é a realidade em busca do IBOPE… Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”. Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa…, ir ao cinema…, estudar… , ler a Bíblia…, ouvir boa música…, cuidar das flores e jardins… , telefonar para um amigo… , visitar os avós.. , pescar…, brincar com as crianças… , namorar… ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.
Luís Fernando Veríssimo.
Falou tudo. Isso realmente é uma tragédia nacional. Estamos cada vez mais afundados nesses dejetos televisivos. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ode ao burguês

, Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos;
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o èxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
"–Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
–Um colar... –Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burgês!... 


         ..............................       Mário de Andrade           ..........................................

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Complexo de Jocasta

 Quem nunca ouviu falar em Complexo de Édipo? Pois é, desde que o ensino de filosofia tornou-se obrigatório em todo Brasil, uma das primeiras coisas que aprendemos no segundo grau é sobre esse tal Complexo de Édipo. Acredito que a origem e as motivações desse mito, após explanado por algumas semanas, fique bem claro na cabeça dos estudantes, por isso não se preocupem, não vou comentar sobre ele. Entretanto, um fato muito interessante que encontrei são as variações que essa manifestação psicológica possui. Uma delas é conhecida como: Complexo de Jocasta. Jocasta foi a mãe de Édipo, posteriormente sua esposa e mãe de suas 4 filhas. O termo Complexo de Jocasta foi proposto por Raymond de Saussure quase 100 anos atrás. Ele designa a ligação afetiva deturpada que algumas mães sentem por seus filhos. Uma forma de amor que pode variar desde a superproteção com características simbióticas até fixações sexuais em relação ao filho.
É mais comum encontrarmos esse complexo naquela mãe que parece que não quer que seu filho cresça – pois significa que ele se afastaria dela. Que seja sempre “SEU bebê”. Tudo bem, entendo que quase sempre ao mesmo tempo em que os pais ficam contentes por verem o desenvolvimento de seus filhos eles podem sentir aquela tristezinha de vê-los ficando independentes… isso não é sinônimo de  complexo de Jocasta. O problema ocorre quando os pais não enxergam (negação) que os filhos devem ter  outros papéis na vida  para que sejam felizes. É aquela mãe que não aceita nenhuma das namoradas que o filho escolhe…  Como se o filho ainda fosse dependente e não soubesse fazer escolhas. Ela é quem sabe.

É aquela mãe superprotetora que vê o filho já grande cometendo atrocidades e ela ainda assim o protege… como se ele fosse incapaz de ser responsabilizado.
É a mãe que o superprotege fazendo tudo por esse filho – desde sua comidinha favorita até se matando para agradá-lo em suas necessidades mais caras e extravagantes. Como se ele próprio não pudesse trabalhar ou fazer sacrifícios para realizá-la. E o que vem fácil geralmente não tem valor.

A consequência desse tipo de comportamento é um adulto infantilizado e narcisista que não consegue assumir compromissos na vida. Espera ser servido. Não tem limites e pode manipular os outros em seu próprio benefício por considerar-se muito especial. Sim, pois ele sempre esteve neste lugar, neste pedestal. E a vida real – e os relacionamentos com as mulheres reais – fica muito difícil de ser levado já que o lugar junto a mãe é muito mais sedutor. 
As informações técnicas foram retiradas de um excelente Blog de psicologia. Quem quiser conferir é só acessar: http://www.terapiaemdia.com.br/. Outra interessante variação é o Complexo de Electra, também conhecido como Édipo Feminino. Que se caracteriza pelo amor exacerbado da filha pelo pai. Essas curiosidades eu não tomo conhecimento pela net não, mas sim assistindo CSI, ou Dr. House que são seriados maravilhosos, na questão da ciência principalmente. Logo, logo vou postar algo sobre Electra, se alguém ficou querendo mais aguarde.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O tão famoso Twitter

Nunca fui muito assíduo nas atualizações da internet. Não costumo perder muito tempo em coisas como Msn, Orkut, Facebook... Entretanto, como muito dos estudantes de todo o país, tive problemas com minhas inscrições no Sisu e percebi que a imprensa dava muito crédito ao que os revoltados alunos postavam na suas paginas do Twitter. Achei interessante e também uma boa forma de externar toda a angustia que estava sentindo com relação ao descaso que o governo cometia conosco, uma vez que somos o futuro do país. Criei uma conta nesse Twitter, que por sinal possui a mesma identificação do Blog, e comecei a postar não coisas que eu estava fazendo ou comendo, nada contra, mas sim coisas que realmente importam e podem ser utilizadas como referência em um censo jornalístico. 
Nada como a experiência não é? 
Com relação às reclamações contra o Sisu foi tudo dentro do esperado, todos compartilhando a mesma idéia e indignação, porém partindo para outros assuntos tive uma profunda decepção. Pessoas do meio público, influentes e bem assistidos (apresentadores especialmente) em defesa das atrocidades cometidas contra os cidadãos comuns, nós os civis que tanto padecemos de representantes e temos como "voz" essas pessoas hipócritas que somente nos enganam. Postam nos seus Twitter as boas obras de políticos que de tão repugnantes me dão nojo e pena, pois a estes só a misericórdia de Deus, nem a morte é digna de chegar perto dessa corja. 
Nomes, não acho prudente citar, pois não quero sumir de repente e ser encontrado esquartejado ou queimado por ai. Mas o que parecia um sonho de criança, uma luz no fim do túnel se tornou um poço de raiva e combustível para meus, cada vez mais utópicos, sentimentos revolucionários. Uma vez um consagrado professor de Literatura me disse a seguinte frase: "O maior tesão de Augusto dos Anjos era morrer, isso era sua maior vontade". Para quem não sabe, Augusto dos Anjos foi um importantíssimo poeta do pré Modernismo, totalmente melancólico e infeliz com a vida. Augusto dos Anjos morreu, mas antes escreveu seu real sentimento sobre esse fato: "Em vez de achar a luz que os céus inflama, somente achei moléculas de lama e a mosca alegre da putrefação". Assim foi o meu sonho de criança no tão famoso Twitter.